quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O amor e a dor, tão ligados quanto a flor e a cor...


Acabo de me sentir como um artista tentando entender sua complexa arte... minha esperança é de que assim como muitas vezes na arte cada um tira suas conclusões, que seja assim então quanto a isso que acabo de escrever.

O amor e a dor, tão ligados quanto a flor e a cor...

Se há cor na flor, há dor no amor
Se há dor no amor, também há na flor
Se há dor na flor, há cor no amor
Há dor e cor na flor do amor

O amor que floresce
Flor que nasce e cresce
Amor que sofre e amadurece
Flor que morre e desaparece
Amor que resiste e permanece.

Flor para o amor
Amor para a flor
Cor para a flor do amor
Dor para o amor e a flor
Cor para a flor
Amor para a dor...
Fortaleza-CE 25/02/09 Wanderley tf

Consciência, respeito, honestidade, gratidão... Atitudes, carência no mundo.

Não precisamos de muitas notícias para comprovarmos que essas palavras transformadas em atitudes, estão se perdendo no tempo; que são cada vez mais raras as pessoas que as mantêm a qualquer custo.
Manter a consciência, a sobriedade, viver de forma equilibrada entre os direitos e deveres, parece não fazer mais sentido em mundo competitivo, onde as pessoas disputam tudo. O lugar na fila, a vaga no estacionamento, o espaço nas ruas super lotadas... Pensar no outro é dar a ele um privilégio que dificilmente estão dispostos a abrir mão. Cada um corre como pode e quer ter vantagem em tudo. Chegar primeiro ao semáforo, ao caixa do supermercado, subir primeiro no ônibus, conseguir o primeiro lugar pra sentar. Muitos de nós já deve ter tido a experiência de ter o carrinho de supermercado levado por alguém que se achando esperto, pega o que está mais próximo, e não tem a consciência de que aquele está ocupado por alguém que o trouxe lá de fora. Isso já me ocorreu por várias vezes, e algumas vezes havia produtos dentro. A última vez, enquanto pegava os pães e os colocava no saco pra levar, levaram meu carrinho.
Respeitar os direitos dos outros, as diferenças, o estilo, os gostos, os limites... difícil demais para um mundo onde grande parte das pessoas só pensam em si mesmas. O som de casa ou do carro está muito alto? Está incomodando, perturbando quem não tem o mesmo gosto? Tudo bem; a satisfação pessoal é o mais importante, e se pra isso tiver que invadir o espaço do outro, tudo bem... Assim pensam aqueles que pensam apenas nos próprios direitos e satisfação pessoal. Jogar lixo no lugar apropriado? Por quê? Existem pessoas pra limpar. Destruir o que é público, útil aos outros, acabar com a mata, com as fontes de água, com o planeta... qualquer coisa, desde que os interesses pessoais sejam supridos.
A honestidade é algo tão raro, que qualquer atitude que demonstre honestidade vira notícia. Tornou-se exceção ser honesto. Não sonegar o imposto, pagar o que deve, devolver o que não lhe pertence... tudo isso não é mais comum. Ainda essa semana, ouvi a notícia de uma senhora que levou umas sacolas de um lixo do supermercado, e quando chegou em casa descobriu que havia muito dinheiro dentro delas. Com sua humildade e caráter, voltou e devolveu tudo, e ficou sabendo que estava devolvendo nada mais nada menos que (R$ 40.000) quarenta mil reais. Atitude muito incomum no mundo atual, onde muitos enriquecem com a ajuda, ou mesmo à custa da desonestidade. Onde até mesmo a fé, muitas vezes é usada para exploração de muitos que se deixam iludir com promessas que jamais serão cumpridas.
A gratidão, atitude tão importante, necessária, imprescindível nas relações, é praticamente esquecida diante dos interesses pessoais. Muitas vezes, as atitudes humanas se assemelham á do escorpião, capaz de ferroar e matar com seu veneno aquele que o salvou de morrer afogado. Quando penso na atitude da senhora que ganha R$ 200,00 por mês e que foi capaz de devolver R$ 40.000 que encontrou, mas que pertencia a alguém, não consigo esquecer que ela ganhou como recompensa, apenas R$ 200,00. O supermercado havia sido assaltado algumas vezes, e para se proteger, o dono ao invés de colocar o dinheiro no cofre, alvo dos bandidos, colocou em sacolas. A faxineira que pensou que era lixo, jogou fora. A senhora, que deve ter pensado que era papel para reciclagem, levou pra vender. Era dinheiro. Muito dinheiro. Devolveu tudo. Recebeu R$ 200,00... Tudo bem, ela fez o que deveria. Mas vamos concordar que muito poucas pessoas fariam o que ela fez. O outro fato, é que diante da possibilidade real de ter um prejuízo de R$ 40.000 e o tem recuperado totalmente, dar R$ 200,00 de recompensa não me parece uma atitude de gratidão. Poderia ter perdido tudo, se a pessoa que tivesse encontrado não tivesse a mesma honestidade que a senhora que encontrou.
Infelizmente o egoísmo, a ambição, a ganância, a busca desenfreada pelo prazer a qualquer custo; a busca louca para ajuntar coisas, riquezas, para levar vantagem em tudo, tem levado a muitos para longe de atitudes conscientes, equilibradas e de bom senso. A honestidade parece não combinar muito com esses interesses, onde o ter é mais importante que o ser. Como conseqüência disso tudo, muitos são capazes de pisar naqueles que algum dia lhes estenderam a mão; e assim, a gratidão torna-se uma atitude esquecida, palavra inexistente na prática, desconhecida até.
Fortaleza-CE 14/02/09 wanderley tf