sábado, 8 de agosto de 2015

...missão, motivação, omissão.

Tenho um espírito revolucionário, um coração voluntário e um desejo intenso de mudar o mundo, mas sou muito afetado negativamente pela inércia dos que podem ajudar; ainda assim, o exemplo dos que não desistem, investindo tempo e dinheiro, enquanto de alguma forma plantam sementes do bem no coração de pessoas, motivadas por um profundo amor a Deus, me afetam tão profundamente de forma positiva, que eu não consigo desistir e parar.

Na penúltima semana de julho desse ano de 2015, eu tive o privilégio de conhecer um servo de Deus chamado Antony. Um jovem professor Canadense de apenas 32 anos, que estava em visita a algumas crianças que apadrinhou através da Compassion Internacional (http://www.compassion.com/); se não me engano, 8 crianças pelo mundo a fora.  Aquele jovem proporcionou momentos inesquecíveis para seus afilhados; com dia de lazer na praia, com visita à suas casas simples e pobres, com os presentes doados e o carinho dispensado a eles. Além disso, o seu exemplo, sua paixão pela causa, seu desprendimento e desapego aos bens materiais em prol dos que precisam mais, é mesmo contagiante. Antony é um jovem professor que trabalha duro em seu país durante dez meses, para ter condições de ajudar pessoas pelo mundo. Antony falou de sua igreja, ou das igrejas no Canadá. Ele disse que as igrejas são geralmente frias e indiferentes. Gastam uns 60% com as despesas de pessoal, mas não investem nem 10% em missões. Eu não consegui deixar de pensar na nossa realidade brasileira. Pensei antes de mais nada, em muitos pastores que enriqueceram às custas do Evangelho e em outros tantos que ganham salários incompatíveis com a maioria, muitas vezes quase absoluta dos membros do seu rebanho. Pensei nos prédios luxuosos comumente chamados de templos e pensei em tantos irmãos ricos financeiramente que vivem uma vida de ostentação e às vezes desperdícios, enquanto permanecem tão indiferentes aos problemas sociais que os cercam. Fiquei pensando no muito que poderíamos fazer de pouco em pouco, exatamente assim como tem feito os milhares de padrinhos das crianças de projetos sociais ligados a Compassion pelo mundo todo. Fiquei pensando que temos perdido muito tempo e cometido muito o pecado da omissão; mas também pensei que ainda temos tempo, que ainda podemos rever nossas atitudes e práticas cristãs e investir de forma impactante na vida de pessoas; às vezes tão carentes que qualquer tanto que recebem, é tudo que eles tem. Deus nos perdoe e ajude! Wanderley tf 08/08/15