Tenho um espírito revolucionário, um coração voluntário e um desejo
intenso de mudar o mundo, mas sou muito afetado negativamente pela inércia dos
que podem ajudar; ainda assim, o exemplo dos que não desistem, investindo tempo
e dinheiro, enquanto de alguma forma plantam sementes do bem no coração de
pessoas, motivadas por um profundo amor a Deus, me afetam tão profundamente de
forma positiva, que eu não consigo desistir e parar.
Na penúltima semana de julho desse ano de 2015, eu tive o privilégio de
conhecer um servo de Deus chamado Antony. Um jovem professor Canadense de
apenas 32 anos, que estava em visita a algumas crianças que apadrinhou através
da Compassion Internacional (http://www.compassion.com/);
se não me engano, 8 crianças pelo mundo a fora. Aquele jovem proporcionou momentos inesquecíveis
para seus afilhados; com dia de lazer na praia, com visita à suas casas simples
e pobres, com os presentes doados e o carinho dispensado a eles. Além disso, o
seu exemplo, sua paixão pela causa, seu desprendimento e desapego aos bens
materiais em prol dos que precisam mais, é mesmo contagiante. Antony é um jovem
professor que trabalha duro em seu país durante dez meses, para ter condições
de ajudar pessoas pelo mundo. Antony falou de sua igreja, ou das igrejas no
Canadá. Ele disse que as igrejas são geralmente frias e indiferentes. Gastam uns
60% com as despesas de pessoal, mas não investem nem 10% em missões. Eu não
consegui deixar de pensar na nossa realidade brasileira. Pensei antes de mais
nada, em muitos pastores que enriqueceram às custas do Evangelho e em outros
tantos que ganham salários incompatíveis com a maioria, muitas vezes quase
absoluta dos membros do seu rebanho. Pensei nos prédios luxuosos comumente chamados
de templos e pensei em tantos irmãos ricos financeiramente que vivem uma vida
de ostentação e às vezes desperdícios, enquanto permanecem tão indiferentes aos
problemas sociais que os cercam. Fiquei pensando no muito que poderíamos fazer
de pouco em pouco, exatamente assim como tem feito os milhares de padrinhos das
crianças de projetos sociais ligados a Compassion pelo mundo todo. Fiquei pensando
que temos perdido muito tempo e cometido muito o pecado da omissão; mas também pensei
que ainda temos tempo, que ainda podemos rever nossas atitudes e práticas cristãs
e investir de forma impactante na vida de pessoas; às vezes tão carentes que
qualquer tanto que recebem, é tudo que eles tem. Deus nos perdoe e ajude! Wanderley
tf 08/08/15
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