segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SENTIR E VIVER... ...VIVER E SENTIR.

SENTIR E VIVER... ...VIVER E SENTIR...
Eu, livre, ainda que prisioneiro de mim, mantenho presas à minha boca palavras soltas que não me arrisco dizer. Pensamentos que me ocorrem, sentimentos que não morrem... coisas difíceis de entender, de descrever... A vida é mesmo como um filme complexo, recheado de historias que se cruzam, se misturam, divergem ou se completam. Como personagens principais de nossa própria historia, ou filme; somos atingidos de verdade por fatos reais que imitam a ficção. Viver e sentir, ou sentir e viver; razões, emoções, opções ou não. Viver é preciso, sentir é um risco. Viver e sentir; normal. Sentir e viver; opcional. Sentimentos nos atingem, nos afligem, ou nos causam prazer. Sentimentos são alimentados, nutridos e vividos de forma intensa; ou simplesmente são ignorados, sufocados; mas nem sempre morrem, e não poucas vezes sobrevivem no limite da lógica ou fora dela. E eu, no limite da compreensão, movido à razão, emoção, por vezes abdico do direito de ser e ter, mas jamais abro mão de sentir, pois sem sentimentos não vivo, não sou e nada terei. ...por que nascer é um fato, viver é um risco, e morrer é uma tragédia. Sentir e não viver é sofrer; mas viver sem sentir é simplesmente existir.


wanderleytf@gmail.com Fortaleza 27/08/10

terça-feira, 17 de agosto de 2010

CONTAR A VIDA EM ANOS?

Contar a vida em anos?
Exageradamente... de olhos imensos, e olhar intenso, me olhava triste ao me ver partir. Nos olhos lágrimas, no coração magoas me agarrava aos prantos sem me deixar ir. Era bela e doce de meiguice incomum; as vezes brava, esbravejava se certa estava ou se a fizessem sofrer. ...e sofria tanto com seu jeito menina de ser. ...deixá-la era fazê-la sofrer e sofrer; fazê-la sofrer era sofrer ainda mais. Encontros marcantes, sentimentos intensos, história recheada de detalhes... detalhes do tempo e nele, lembranças pra vida inteira. Seu jeito de menina, seu corpo de mulher... as vezes frágil, as vezes guerreira... as lágrimas pareciam estar sempre à porta, mas ainda bem que o sorriso era sempre mais constante; e vê-la sorrir era uma sensação muito agradável... Sua voz suave e doce, seu sorriso encantador, seu jeito carente; que na verdade era reflexo da carência que sentia mesmo, tornava qualquer separação um sacrifício de proporções gigantescas.
...E assim vivemos nós; de idas e vindas, encontros e desencontros... de amor, paixões lembranças e saudades...
Aos 39 anos descobri que contar a vida em anos é muito sem graça. Continuo tendo dificuldade em acostumar-me com o envelhecimento. Talvez jamais me acostume a ele. Minhas lembranças da infância e da adolescência estão tão vivas na minha memória que acostumar-se com algumas mudanças trazidas pelo tempo é realmente muito difícil pra mim. Além das mudanças provocadas pelo tempo, em relação a aparência física, ainda outras são agregadas quase que obrigatoriamente. Salvo algumas exceções, confesso que me incomoda, ser tratado de “senhor”; é como se eu fosse alguém muito mais velho do que realmente sou... por isso, procuro manter o respeito e auto estima das pessoas tratando-as de você.
No começo da vida parece que tudo dura muito... lembramos dos dias, das horas, dos momentos... parece que o tempo passa muito mais lento pra nós. Com uma vida recheada de diversão e vazia de preocupações só nos resta curtir e lembrar. O tempo vai passando e logo chega a vontade enorme de fazer o que só os mais velhos fazem; mas ainda assim, o tempo parece não colaborar e continua a passar na mesma velocidade; devagar... mas um dia as coisas mudam, e as responsabilidades, as preocupações, inevitavelmente chegam. ...quando você percebe o tempo passou. Mas que sem graça agora ficar contando a vida em anos; parece que são apenas anos e não são. Definitivamente não são. São muito mais que anos... São dias maravilhosos, momentos espetaculares, experiências inesquecíveis, sensações maravilhosas... Acontecimentos e fatos pra nunca mais esquecer e curtir a cada lembrança. São sonhos, realizações, conquistas. Aliás, lembranças se acumulam aos montes com o tempo, e talvez elas, as boas lembranças, deveriam importar mais que a quantidade de anos. Os momentos marcantes, maravilhosos, espetaculares, inesquecíveis; as pessoas extraordinárias e as relações de amor e carinho que marcaram nossas vidas pra sempre... isso deveria realmente ser mais importante que simplesmente contar a vida em anos. Recuso-me envelhecer! Enquanto as lembranças que tenho e mantenho estiverem vivas em minha memória, não será quantos anos tenho de vida o que mais importará pra mim. Não quero e não vou resumir minha vida a uma simples contagem de anos passados. ...e assim viverei; entre idas e vindas,encontros e desencontros; com amor, paixões lembranças e saudades...
wanderleytf@gmail.com Fortaleza 16/08/10