sábado, 15 de agosto de 2009

Suportar, talvez; me acostumar jamais.

Ainda me assusto com as desigualdades sociais, e não menos com aquelas que sutilmente são mantidas e nutridas por aqueles que deveriam combatê-las. Ainda me assusto com a indiferença e a diferença que faz ter, até mesmo para alguns que considero amigos... imperceptível talvez para eles, mas evidente demais pra mim. Já é muito doloroso e constrangedor demais falar isso; ter de falar pessoalmente àqueles sobre os quais tenho tais sentimentos, é algo que não tenho a menor pretensão, vontade, desejo ou motivação. Penso que cada um é capaz de analisar seus próprios atos e descobrir com honestidade o que diferencia as amizades que tem. Se forem capazes de analisar, muito provavelmente serão capazes de valorizar e tratar a cada um por aquilo que são, e jamais pelo que possuem. Jamais irei me acostumar com quem quer que seja que julgue a qualquer um pelos bens que possui ou cargos que ocupam, e como se isso os tornasse muito mais importantes que os outros, os tratam com privilégios, agrados e bajulações. Me recuso a ser definido e limitado pelas aparências externas, o que pra mim é apenas casca, invólucro, embalagem, e que podem até ser importantes, mas jamais servirão como base para definir o todo que sou ou o conteúdo e a essência de cada um. Onde estou e como estou não define quem sou, nem pode limitar-me se mantiver a consciência de que posso ir muito além e para melhor, se realmente me focar nisso. Me assusto ainda com a perda da simplicidade de alguns diante das conquistas e de posições hierárquicas que passam a ocupar. Lamento por todos que não entendem que a simplicidade e a humildade não precisam e não devem ser excluídas pela posição hierárquica, social, cultural ou financeira. Sofro com os desperdícios e com corações insensíveis que alimentam egoísmos enquanto vivem em um mundo fechado em torno de si mesmos; esbanjam com futilidades ou supérfluos, mantém-se alienados de qualquer nível inferior ao que vivem, assim também fazem perpetuar a alienação em relação a isso da geração daqueles que estão mais próximos a si. Jamais aceitarei o ato de alguém buscar a felicidade própria enquanto destrói a do outro, quando no mínimo é possível dividir e compartilhar.
Como ser humano que sou sei que estou sujeito a cometer erros assim, mas certamente, se eles acontecerem serão sempre involuntários e jamais por vontade deliberada, opção ou escolha. Diante disso, me disponho a analisar sempre meu comportamento diante de quem quer que seja, e estarei sempre pronto a reconhecer e mudar de atitude se preciso for.
Fortaleza-CE 15/08/09
wanderley tome de freitas - servo do Deus vivo e vosso!
wanderleytf@gmail.com

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