terça-feira, 3 de novembro de 2015

Confiança, quebra dela, confiar outra vez.


“Confiança é igual vidro; quebrou, não tem volta”
Não sei exatamente quem disse isso pela primeira vez, mas vejo essa afirmação compartilhada nas redes sociais algumas vezes. A última vez que vi senti-me mesmo desafiado a pensar e escrever um pouco sobre esse assunto; que não me parece definido nessa frase.

Confiar é acreditar, é crer, é ter a segurança na fidelidade de uma trajetória, sem desvios, sem atalhos, sem paradas, sem mentiras, sem invenções e falsidades. Confiar é ter como verdadeiro o que se ouve; é entregar-se sem reservas na certeza da proteção, da cumplicidade. Confiar é deixar livre; não porque não haja possibilidade de perda, mas por que quem prende, não confia... ...Mas isso é confiar, e a nossa questão é a quebra da confiança e o retorno a ela. Será possível? Será que podemos acreditar na afirmação da frase acima? Confiança é mesmo como vidro, e tal como ele não volta mais a ser como era depois de quebrada? É fato que não há uma absoluta certeza de que não seremos decepcionados quando confiamos em alguém. Em se tratando de ser humano, essa é sempre uma possibilidade. Quem pode ter certeza da atitude de alguém diante de algumas circunstâncias? Nem nós mesmos podemos prever com exatidão nossas reações diante de qualquer situação. Além disso, nem todos reagem ou se comportam da mesma forma diante de algumas situações. Nem todos possuem a mesma resistência para permanecerem firmes e fiéis, haja o que houver. É certo que é preciso sempre tomar atitudes preventivas, cercar-se de cuidados para proteger-se da vulnerabilidade. Mas se não fez isso? E se o que fez não foi o bastante? E quem sabe o quanto é o bastante? E quem pode dizer que está totalmente preparado para toda e qualquer situação? Diante disso, qualquer um de nós está sujeito a quebrar a confiança que alguém depositou em nós. O mais importante nisso, é lembrar sempre que não impomos confiança; conquistamos. Penso que confiança é como um prédio alto, sólido, firme; que ás vezes foi construído muito rapidamente e ás vezes por um longo período. E às vezes quebrar a confiança é como implodir esse prédio e reduzir a pó, com uma atitude e em tempo infinitamente inferior ao que se levou para construir. E agora, é possível confiar outra vez como antes? É preciso reconstruir o prédio. Certamente levará mais tempo que antes. A estrutura desse prédio com certeza será outra. Os cuidados e as atitudes preventivas exigidas serão muito maiores agora... ...até que um dia seja possível confiar outra vez. Então, tal como as cidades destruídas por catástrofes naturais, erguidas depois e habitadas novamente, a confiança também pode ser restaurada; dependerá muito, basicamente de duas coisas fundamentais: vontade e investimento; ou seja; quanto se quer e quanto se investe nisso. Portanto, não acho que o vidro seja o melhor exemplo comparativo de confiança, pois para mim, se o vidro depois de quebrado não volta mais a ser como era; no caso da confiança quebrada, às vezes, pelo preço pago e as lições retiradas no ato falho, a mudança pode ser tão profunda e absoluta que não só tudo pode voltar a ser como era como poderá ser ainda melhor. Cidades reconstruídas depois de terremotos por exemplo, receberam sistemas preventivos complexos para se protegerem de outros possíveis; ou seja: são muito mais seguras agora. E eu até poderia citar exemplos de humanos recuperados de falhas de caráter, de inúmeras quebras de confiança, mas vou deixar que você os descubra; ou quem sabe eu citarei alguns depois. Finalmente; é preciso confiar em alguém, é possível voltar a confiar depois de uma quebra de confiança, mas cada caso é um caso porque cada ser humano é único, e prever ações, reações e atitudes, nem sempre será possível. Wanderley tf 02/11/15

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