Vida a mostra
SENTIMENTOS,PENSAMENTOS, IDÉIAS, TEXTOS... VER, LER, PENSAR E AGIR...
sexta-feira, 27 de maio de 2016
Reação...
...ás vezes posso até tolerar, relevar e ignorar os ignorantes, com seus gritos, palavras agressivas, acusações sem fundamentos e julgamentos fundamentados em aparências, ou com superficialidade de conhecimento. ...mas se me der um sorriso verdadeiro, revido da mesma maneira; Se me der um abraço, devolvo; talvez não na mesma medida, porque costumo apertar. ...e se me disser eu te amo, direi com a mesma intensidade e força em um simples mas absoluto; eu também te amo! Wanderley tf 27/05\16
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
...qualquer coisa de mim. ...quanto de você?
Eu trago no peito a dor e o defeito de amar e sofrer. Mas sofro calado, escondendo a tristeza pra ninguém perceber. Eu choro sozinho, num canto escondido pra ninguém me ver; mas às vezes parto pra luta, e quase sempre perco a disputa e tudo volta a doer. Eu não me conformo, não entrego os pontos nem desisto de lutar, mas às vezes me canso, me frustro... ...paro, pauso, penso, repenso, descanso, refaço as forças pra continuar. A vida é uma guerra, uma luta sem trégua e batalhas às vezes cruéis; só vence quem luta, quem não se entrega, quem aceita ajuda; quem sabe dos erros dos outros, mas conhece melhor os seus, quem não confia apenas em si mesmo, e depende de Deus. Wanderley tf 27/01\16
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Confiança, quebra dela, confiar outra vez.
“Confiança é igual vidro; quebrou, não tem volta”
Não sei exatamente quem disse isso pela primeira vez, mas
vejo essa afirmação compartilhada nas redes sociais algumas vezes. A última vez
que vi senti-me mesmo desafiado a pensar e escrever um pouco sobre esse
assunto; que não me parece definido nessa frase.
Confiar é acreditar, é crer, é ter a segurança na
fidelidade de uma trajetória, sem desvios, sem atalhos, sem paradas, sem
mentiras, sem invenções e falsidades. Confiar é ter como verdadeiro o que se
ouve; é entregar-se sem reservas na certeza da proteção, da cumplicidade.
Confiar é deixar livre; não porque não haja possibilidade de perda, mas por que
quem prende, não confia... ...Mas isso é confiar, e a nossa questão é a quebra
da confiança e o retorno a ela. Será possível? Será que podemos acreditar na
afirmação da frase acima? Confiança é mesmo como vidro, e tal como ele não
volta mais a ser como era depois de quebrada? É fato que não há uma absoluta
certeza de que não seremos decepcionados quando confiamos em alguém. Em se
tratando de ser humano, essa é sempre uma possibilidade. Quem pode ter certeza
da atitude de alguém diante de algumas circunstâncias? Nem nós mesmos podemos
prever com exatidão nossas reações diante de qualquer situação. Além disso, nem
todos reagem ou se comportam da mesma forma diante de algumas situações. Nem
todos possuem a mesma resistência para permanecerem firmes e fiéis, haja o que
houver. É certo que é preciso sempre tomar atitudes preventivas, cercar-se de
cuidados para proteger-se da vulnerabilidade. Mas se não fez isso? E se o que
fez não foi o bastante? E quem sabe o quanto é o bastante? E quem pode dizer
que está totalmente preparado para toda e qualquer situação? Diante disso,
qualquer um de nós está sujeito a quebrar a confiança que alguém depositou em
nós. O mais importante nisso, é lembrar sempre que não impomos confiança;
conquistamos. Penso que confiança é como um prédio alto, sólido, firme; que ás
vezes foi construído muito rapidamente e ás vezes por um longo período. E às
vezes quebrar a confiança é como implodir esse prédio e reduzir a pó, com uma
atitude e em tempo infinitamente inferior ao que se levou para construir. E
agora, é possível confiar outra vez como antes? É preciso reconstruir o prédio.
Certamente levará mais tempo que antes. A estrutura desse prédio com certeza
será outra. Os cuidados e as atitudes preventivas exigidas serão muito maiores
agora... ...até que um dia seja possível confiar outra vez. Então, tal como as
cidades destruídas por catástrofes naturais, erguidas depois e habitadas
novamente, a confiança também pode ser restaurada; dependerá muito, basicamente
de duas coisas fundamentais: vontade e investimento; ou seja; quanto se quer e
quanto se investe nisso. Portanto, não acho que o vidro seja o melhor exemplo
comparativo de confiança, pois para mim, se o vidro depois de quebrado não
volta mais a ser como era; no caso da confiança quebrada, às vezes, pelo preço
pago e as lições retiradas no ato falho, a mudança pode ser tão profunda e absoluta
que não só tudo pode voltar a ser como era como poderá ser ainda melhor.
Cidades reconstruídas depois de terremotos por exemplo, receberam sistemas
preventivos complexos para se protegerem de outros possíveis; ou seja: são
muito mais seguras agora. E eu até poderia citar exemplos de humanos
recuperados de falhas de caráter, de inúmeras quebras de confiança, mas vou
deixar que você os descubra; ou quem sabe eu citarei alguns depois. Finalmente;
é preciso confiar em alguém, é possível voltar a confiar depois de uma quebra
de confiança, mas cada caso é um caso porque cada ser humano é único, e prever
ações, reações e atitudes, nem sempre será possível. Wanderley tf 02/11/15
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
...nossa vida, o que é?
...e o que é a nossa vida? ...não é um amontoado de fatos, compromissos, perspectivas, espectativas, lutas, conquistas, derrotas, frustrações, vitórias, celebrações, sonhos e possibilidades? ...por acaso temos nós o controle do tempo? Podemos controlar as mudanças naturais e alterações de percursos que a vida nos impõe mesmo sem nossa preferência? Escolhemos todos os que queremos conhecer e conviver? Escolhemos sempre onde ir, estar e ficar? Podemos sempre optar pelo que fazer ou não? Fato é que temos pouco controle sobre o que pensamos controlar. Vivemos mais á mercê do que gostaríamos... ...mas também é fato que nos deixamos levar ao sabor do vento muito mais do que deveríamos. Nossas vidas são mesmo como um barco; às vezes temos o controle, e às vezes somos sacudidos por ondas de um lado para outro, como que por intempéries; e o que nos resta é continuar no barco e navegar. Mas também por vezes nós mesmos nos permitimos estar à deriva; por descuido ou escolha. Também nessa fase podemos ser chacoalhados de um lado para outro, pra cima e pra baixo... ...quase sempre mais pra baixo que pra cima. Portanto, aceite o que não depende de você, faça o que pode e deve fazer e continue a navegar, cuidando sempre mais da direção que da velocidade, sem jamais esquecer que barco à deriva quando não desce, encalha e pára. Wanderley tf 29/09/15
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
...do fim pro começo.
...do fim pro começo.
...a alma cala diante da vala que se abre e absorve o corpo inerte, quando a vida se inverte. ...o choro de quem fica, o lamento por quem se foi, a separação que dói... ...a falta que jamais faltará... ...até que, por semelhança do fato e pela Graça no pacto, na vida eterna seja possível reencontrar. Wanderley tf 11/09/15
...a alma cala diante da vala que se abre e absorve o corpo inerte, quando a vida se inverte. ...o choro de quem fica, o lamento por quem se foi, a separação que dói... ...a falta que jamais faltará... ...até que, por semelhança do fato e pela Graça no pacto, na vida eterna seja possível reencontrar. Wanderley tf 11/09/15
sábado, 8 de agosto de 2015
...missão, motivação, omissão.
Tenho um espírito revolucionário, um coração voluntário e um desejo
intenso de mudar o mundo, mas sou muito afetado negativamente pela inércia dos
que podem ajudar; ainda assim, o exemplo dos que não desistem, investindo tempo
e dinheiro, enquanto de alguma forma plantam sementes do bem no coração de
pessoas, motivadas por um profundo amor a Deus, me afetam tão profundamente de
forma positiva, que eu não consigo desistir e parar.
Na penúltima semana de julho desse ano de 2015, eu tive o privilégio de
conhecer um servo de Deus chamado Antony. Um jovem professor Canadense de
apenas 32 anos, que estava em visita a algumas crianças que apadrinhou através
da Compassion Internacional (http://www.compassion.com/);
se não me engano, 8 crianças pelo mundo a fora. Aquele jovem proporcionou momentos inesquecíveis
para seus afilhados; com dia de lazer na praia, com visita à suas casas simples
e pobres, com os presentes doados e o carinho dispensado a eles. Além disso, o
seu exemplo, sua paixão pela causa, seu desprendimento e desapego aos bens
materiais em prol dos que precisam mais, é mesmo contagiante. Antony é um jovem
professor que trabalha duro em seu país durante dez meses, para ter condições
de ajudar pessoas pelo mundo. Antony falou de sua igreja, ou das igrejas no
Canadá. Ele disse que as igrejas são geralmente frias e indiferentes. Gastam uns
60% com as despesas de pessoal, mas não investem nem 10% em missões. Eu não
consegui deixar de pensar na nossa realidade brasileira. Pensei antes de mais
nada, em muitos pastores que enriqueceram às custas do Evangelho e em outros
tantos que ganham salários incompatíveis com a maioria, muitas vezes quase
absoluta dos membros do seu rebanho. Pensei nos prédios luxuosos comumente chamados
de templos e pensei em tantos irmãos ricos financeiramente que vivem uma vida
de ostentação e às vezes desperdícios, enquanto permanecem tão indiferentes aos
problemas sociais que os cercam. Fiquei pensando no muito que poderíamos fazer
de pouco em pouco, exatamente assim como tem feito os milhares de padrinhos das
crianças de projetos sociais ligados a Compassion pelo mundo todo. Fiquei pensando
que temos perdido muito tempo e cometido muito o pecado da omissão; mas também pensei
que ainda temos tempo, que ainda podemos rever nossas atitudes e práticas cristãs
e investir de forma impactante na vida de pessoas; às vezes tão carentes que
qualquer tanto que recebem, é tudo que eles tem. Deus nos perdoe e ajude! Wanderley
tf 08/08/15
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Imite os pássaros, não as estrelas.
As estrelas, por mais belas e brilhantes que sejam, ficam silenciosamente
inertes no espaço e acima de todos, e só podem ser contempladas a olho nu em
noites de céu aberto.
Os pássaros voam e louvam; livres, leves e lindos... ...não importa quem os observa, o mais
importante pra eles é que foram criados para serem e viverem assim, e o Deus
que os criou, está vendo. Wanderley tf 03/05/15
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Meu coração e o seu.
Meu coração bate livre como o vento, no ritmo
do tempo e no compasso da canção.
Meu coração é milionário, rico, pobre, mendigo;
é conhecido, estranho, desafeto, amigo; frágil, forte, delicado ou sensível; é
emoção pura, sentimento, sofrimento, curtição,
dureza e candura. É dúvida, certeza, feiura,
beleza, peso, leveza, pequenez e grandeza. Meu coração é vulnerável, volúvel e
fugaz; às vezes cheio de vida, de guerra e de paz. Meu coração não tem rumo
certo, se deixar anda errado, se prende, se perde, se permite, vai longe, perto,
ou fica parado. ...meu coração; tão importante, tão necessário, imprescindível,
vital; tão carente do bem, tão inclinado ao mau. Tão dependente dos comandos
meus, tão parecido, semelhante... ...exatamente Igual ao seu; tão pequeno, mas
de espaço enorme, do tamanho de Deus; sem o qual é insignificante, errante,
enganoso, corrupto, fazendo de mim apenas um vulto, e não o que devo ser de
fato; um ser humano atuante, um cristão relevante, um soldado apto, e simplesmente,
eu. Wanderley tf 31/03/15
sexta-feira, 13 de março de 2015
Cansar sim, permanecer cansado, não.
Uma antiga canção do grupo Rebanhão,
chamada “Salas de jantar”, na primeira estrofe dizia assim:
“As salas de jantar estão vazias
Os quartos coloridos estão desertos
A poesia que fala que as flores iam crescer
Estão amarrotadas, abandonadas no bolso dos poetas...
As notícias dos jornais só falam em morte
Morte! Morte! Morte!”
Os quartos coloridos estão desertos
A poesia que fala que as flores iam crescer
Estão amarrotadas, abandonadas no bolso dos poetas...
As notícias dos jornais só falam em morte
Morte! Morte! Morte!”
Essa música deve ser da década de 80;
hoje os jornais não falam só em morte, mas muitas outras coisas terríveis.
Quase não há mais notícia boa. Há tanta sujeira, tanta corrupção, mudanças tão
radicais no comportamento do ser humano, que ficamos cada vez mais
impressionados e nos perguntando: aonde chegarão os homens com suas mudanças
absurdas? Fato é que são muitas coisas que se acumulam e produzem em nós
cansaço. Além dessas que já citei; a vida corrida, as rotinas, as aglomerações,
o trânsito cada vez pior, a insegurança, a corrida desenfreada das pessoas em
busca de dinheiro, a super valorização do ter em detrimento do ser; a busca
pelo prazer a qualquer custo, a qualquer preço; o ensino, a busca do
conhecimento, a corrida louca pelo saber e a incapacidade disso produzir nas
pessoas princípios tão básicos como: educação de verdade e ética, tornando-as
mais humanas e conscientes dos seus direitos e deveres, e também dos direitos
dos outros; não apenas seus semelhantes, mas também a natureza que os cerca...
...isso também nos cansa. Cansamos de correr, de brigar, de dirigir, de
concordar, de discordar, de lutar contra, ou a favor, de nos defender, de
ensinar, de ver o erro se proliferar numa velocidade muito maior que o combate
dele; cansamos dos religiosos que negociam a fé e abusam nos apelos por
dinheiro, vendendo promessas retiradas de mentes gananciosas. Cansamos das
injustiças e impunidades, cansamos das desculpas esfarrapadas e mentiras
deslavadas dos que parecem pensar que todo mundo é doido, idiota ou ignorante.
Cansamos das aparências sem essências, e da falta de transparência no que
tentam esconder do que pagamos pra ver. Cansamos das cobranças, dos
impostos, da carga tributária imposta sobre nós com retorno de proporção
sempre inferior. Cansamos das promessas “compridas” para se eleger e logo
esquecidas e não cumpridas depois que eleito foi. Cansamos da desvalorização da
vida, das manipulações de quem manda, da felicidade incompleta, pela metade, em
banda; como diz a canção: “vida de gado” ...vida de boi. Gente feito massa de
manobra, se contorcendo como cobra pra sobreviver, enquanto elegem políticos
cada vez mais ricos que se perpetuam no poder e zombam do povo que os emprega;
e contra eles nada sabe ou consegue fazer. Isso cansa a gente. De repente, nos
vemos cansados e nos sentimos só, como que no meio de um deserto lutando pra
sobreviver e tentando ser feliz apesar de tudo. Mas as frustrações, as
decepções são tantas e tão grandes que parece que realmente o que nos resta é
apenas correr, alcançar qualquer coisa, continuar a correr, cansar, e depois
morrer e descansar.
Diante disso
e de mais um tanto de coisas que poderia citar, posso dizer que nos cansamos
mesmo. É legitimo nosso cansar. É quase verdade a frase que escrevi dias antes
por puro reflexo do cansaço; “Um dia a gente corre, alcança, corre, cansa,
morre... ...descansa.” Mas a vida não é
só isso. Há algo que muda totalmente essa idéia. Eu escrevi essa ultima frase e
ela ficou na minha mente como reflexão, porque de alguma forma eu me recusava a
acreditar que ela definia a vida. Mas o cansaço continuava, e a frase também.
Numa bela manhã, enquanto dirigia mais uma vez no trânsito louco de cidade
grande, me veio á mente o texto de Isaias 40: 28-31
28 Não sabes, não
ouvistes que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se
cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento.
29 Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum
vigor.
30 Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem,
31 mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas
como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.
Meu coração então foi invadido por um conforto enorme. Mesmo diante de
tudo que pode me cansar, e da realidade do fato de que cansar é legitimo, eu
lembrei de que minhas forças podem ser renovadas em Deus. Lembrei que esperar
em Deus é o que eu preciso para ter as forças renovadas a cada vez que me
cansar. Diante disso eu sei que meu cansaço pode até existir, mas será por
breve tempo, pois eu posso esperar em Deus e renovar minhas forças Nele.
Lembrei-me de Josué e Calebe (Números 13) dois dos doze espias que foram espiar
a terra prometida e quando voltaram eram os únicos que achavam que poderiam
vencer os gigantes e tomar a terra que era deles por direito Divino. Depois de
quarenta anos no deserto, Josué entra na terra prometida liderando o povo, e
Calebe, que havia recebido a promessa aos 40 anos de idade, agora com 85 anos
ainda tem coragem o suficiente para pedir um monte onde habitavam gigantes. Ele,
apesar dos quarenta anos no deserto com um povo murmurador e rebelde, ainda tem
forças para lutar e conquistar aquela montanha cheia de gigantes. (Josué 12)
Forças renovadas em Deus.
Diante disso é que podemos até cansar, mas permanecermos cansados não!
Assim como Calebe, temos Deus e suas promessas. Precisamos continuar
acreditando e dispostos a lutar, ainda que tudo que nos cerca sejam como que
gigantes que nos exaurem, nos tiram as forças e ás vezes até as perspectivas de
mudanças. Precisamos retornar para Deus e suas promessas e renovar nossas
forças sempre. Wanderley tf 04/03/15
domingo, 25 de janeiro de 2015
Eu e ela, quanto de cada?
Eu sou o sol, ela a chuva
Eu a reta, ela a curva
Eu vista limpa, e ela turva
Ela é estrada, eu sou caminho
Ela só vai junto, eu vou sozinho
Eu sofro calado, ela reclama
Eu corro muito, ela anda.
Eu penso e falo, ela desabafa
Eu me seguro, ela desaba
Eu sou a noite, ela a lua
Ela fica, eu vou pra rua.
Eu sou metade, ela é a banda
Eu amo ela, ela me ama.
Wanderley tf 24/01/15
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Orfandade
Fui
desafiado a escrever sobre o tema “orfandade,” por minha querida
amiga/irmãzinha do coração, Gedeane Paiva.
Desafio enorme
pra mim, traduzir em palavras sentimentos e experiências de órfãos, tais como
ela, e outros tantos que conheci e conheço. Certamente não direi tudo e nem
serei capaz de traduzir exatamente, mas farei o que puder para chegar o mais
próximo possível da realidade.
Tive
o privilégio de conhecer e conviver com alguns órfãos na vida. Em 1983 morei um
ano em um internato em Itaituba-PA, e do lado do lar onde morava, tinha outro
onde moravam órfãos. Não conheci a história da maioria deles, sei apenas que havia
alguns irmãos; e uns bem pequenos. Lá também tinha dois gêmeos; talvez os
únicos que conhecia a história, pois eram filhos da filha da minha primeira
professora. Eles viviam em um lar, uma casa preparada para eles. Eram cuidados
por uma jovem moça e mais uma senhora. Eles tinham casa, comida, roupas,
alimentação, escola... mas certamente lhes faltava o mais importante, que eram
seus pais. Reencontrei alguns desses órfãos dez anos depois, na mesma
instituição que cuidou deles a vida inteira. Apenas os gêmeos não estavam mais
lá por que agrediram fisicamente uma pessoa da administração da instituição.
Depois conheci mais algumas pessoas órfãs; ás vezes de pai e mãe e ás vezes de
algum deles; assim como Gedeane, minha amiga de infância que perdera seu pai,
acometido por uma hepatite que ceifou sua vida, e logo depois; pouquíssimo
tempo depois também perdera a mãe e todos os seus irmãos em um trágico acidente
em uma viagem que faziam de Itaituba-PA para Belém-PA. Sobreviventes da
família, apenas Gedeane e a também querida Gessivane, as irmãs que haviam
viajado primeiro. Descrever a dor de quem perde a família quase toda assim tão
rapidamente e tragicamente, não é possível. Seria como tentar fotografar
sentimentos. Por mais que tenhamos uma câmera fotográfica moderna, de lentes
potentes e tecnologia avançada, com zoom super potente, não seria possível. Sei
que a cratera que se abre é enorme, e a dor é talvez insuperável; pois é a dor
da falta, da ausência que nunca mais será suprida de verdade.
Também
conheci uma amiga que me contou sua história em longas conversas; e chamava-se Rosana;
com quem me casei alguns anos depois. Rosana perdera seu pai aos quinze dias de
nascida. Jamais teve o prazer de conviver com a figura paterna, nem mesmo um
pai adotivo.
Eu
mesmo experimentei a dor da orfandade quando meu pai nos deixou em 2003; e
apesar de ter convivido com ele durante muito tempo, e ter boas lembranças da
figura marcante que ele sempre foi, e da sua presença na minha vida e da
importância disso não minha história, sinto muito a sua falta, e por vezes me
pego chorando de saudades dele.
Fato
é que diante da vulnerabilidade do ser humano, a orfandade é mesmo uma
possibilidade para todo filho, e diante disso, precisamos refletir sobre a
realidade em que são inseridos os órfãos tão abruptamente, sem opção de
escolha, sem chance de se prepararem para isso. Aliás; por mais que encaremos a
realidade da possibilidade de tornar-se órfão, impossível preparar-se para tal
realidade. Tão inesperadamente os filhos são introduzidos numa outra realidade,
a de viverem sem um dos pais, ou mesmo sem os dois. Para muitos; talvez a
maioria deles, começa uma trajetória difícil e complicada, de sofrimentos e
humilhações. Os que perderam apenas um dos pais irão conviver com a ausência de
alguém tão importante para vida e a formação. E por mais que o que ficou se esforce,
é impossível suprir a falta de quem se foi; pois pai é apenas pai, e mãe é
muita coisa, mas não pode ser mais do que mãe. Quanto aos que perderam os dois
pais, quando não vão parar em orfanatos á espera de adoção, são amparados por
familiares, que jamais serão capazes de suprir a falta de seus verdadeiros
pais. Passam a conviver como filhos e dividirem o mesmo teto com filhos dos
parentes que os ampararam, mas quase sempre não recebem na mesma proporção o
carinho e os cuidados dos filhos de fato. Na verdade, penso que assim como os
filhos não são preparados para serem órfãos, as pessoas da família, os parentes;
não são preparados para amparar órfãos e dar-lhes todo cuidado, amor e carinho
como se fossem mesmo pais. Infelizmente, para muitos, a figura do órfão
agregado ao convívio do lar como se filho fosse, é uma realidade não escolhida,
não planejada e que se torna para a grande maioria dos familiares que recebem
essa missão, um peso, e não um prazer e um privilégio de ter uma vida carente a
quem tem a oportunidade de fazer o bem, dedicando-lhe tempo, carinho e
amor.
Muitos ainda
lembram que no passado havia a figura do “padrinho”, que era alguém escolhido
pelos pais para cuidar de seus filhos no caso da ausência permanente deles,
ocasionada pela morte. Eu confesso que me agrado da idéia, mas que de verdade
não a conheço na prática, no extremo da situação. De verdade, a idéia que deve
mesmo prevalecer em cada um de nós é a idéia bíblica do amor ao próximo. O amor
que faz planos, mas que refaz os planos para incluir, para agregar a quem
precisa. Amor que ampara, adota e ama como se filho fosse, por que entende que
o peso maior é a falta que o órfão carrega sobre si, e que tê-lo junto e perto
não é apenas o peso de uma responsabilidade a mais; é oportunidade de exercitar
o amor na prática. O amor que entende que filhos são bênçãos dadas por Deus,
sejam biológicos ou não.
Quantos aos
órfãos, com seus inevitáveis traumas, causados pelas perdas e pelas
experiências da vida na realidade dolorosa da falta; é preciso aproveitar o que
lhes for permitido optar. Ser órfão certamente não foi opção e escolha, mas a
vida continua com enormes possibilidades; então é preciso e possível optar. É
preciso optar não carregar o peso de mágoas deixadas por relações difíceis, por
atitudes erradas, cometidas por pessoas mal instruídas, com problemas de
caráter ou pobres de espírito. Acima de tudo é preciso perdoar e livrar-se dos
pesos desnecessários para continuar a vida, ainda que convivendo com a
realidade da falta insuperável, mas acreditando sempre que ser feliz é preciso
e possível, e que vencer e superar limitações impostas muitas vezes apenas e
simplesmente pela condição de órfão, é uma possibilidade muito real e
absolutamente possível, que deve ser
encarada sempre na força do Pai, que ama incondicionalmente e jamais nos deixa
só, Deus. Wanderley tf 23/01/15
domingo, 7 de setembro de 2014
Retrospectiva
Quem nunca fez uma
retrospectiva na própria vida para rever os erros que cometeu? Quem seria capaz
de afirmar que jamais os cometeria outra vez? Diante da humanidade que nos
caracteriza, jamais poderíamos afirmar com absoluta convicção que não
erraríamos da mesma forma, se a nós fosse dada a oportunidade de voltar no
tempo e viver outra vez.
Somos absolutamente
livres para voltarmos ao passado, quantas vezes nos forem necessárias ou
simplesmente desejarmos; no entanto, é preciso manter a consciência sempre de
que o passado não é um lugar para ficar e viver; e nem para ir lá e observar
apenas os erros cometidos. Seja lá em que proporção as coisas boas aconteceram
em relação ás ruins, aos erros, se elas aconteceram, não podem ser desprezadas
em detrimento dos erros que porventura aconteceram no caminho. É preciso voltar
ao passado para curtir o que aconteceu de bom, o que fez bem... ...cada momento
vivido com intensidade, com paixão; cada detalhe que fora capaz de dar brilho
aos olhos, acelerar o coração e tornar o momento inesquecível. Jamais podemos
nos permitir ser absorvidos pelos erros cometidos outrora, pelo contrário, é
preciso absolver-se deles e aproveitar a vida livremente; com cicatrizes
talvez, mas sem jamais ferir-se outra vez com espinhos neutralizados por Deus e
pelo tempo. É preciso continuar a vida com criterioso cuidado, como se ela
fosse mesmo um jardim, onde é sempre imprescindível plantar e cuidar, na
certeza de que sempre haverá espinhos, mas eles jamais impedirão a existência
das flores, e são elas que devem ser pontos em alto relevo em nossas retrospectivas.
Wanderley tf 06/09/14
domingo, 18 de maio de 2014
O tempo e a vida...
O tempo e a vida...
O tempo não passa rápido se você quiser, e
nem lentamente se você precisar; independente, constante e livre, o tempo sempre
passa exatamente na mesma velocidade que lhe é peculiar. Portanto, curta a vida
com sabedoria; use as coisas, ame a Deus e as pessoas, porque o tempo está
passando e vai continuar a passar, até que você mesmo passe com o tempo, e não tenha
mais tempo pra ir, nem voltar. Wanderley tf 18/05/14
domingo, 11 de maio de 2014
Mulher... MÃE!
Mulher... MÃE!
Na minha modesta opinião, o homem é dos seres vivos, a segunda criação mais complexa de Deus; a primeira mais espetacularmente complexa, é a mulher. Uma combinação de fragilidade e força, vulnerabilidade e resistência, formas, curvas e beleza... Detalhista e de sensibilidade aguçada, traz em si a incrível capacidade de tornar-se mãe; e quando isso acontece, não só a barriga dilata-se, abrigando parte de si mesma, como também seu coração é dilatado irreversivelmente pelo amor em proporção incalculável. Por isso que a parte de si, que se reproduz em si mesma para viver separada como se ela mesma fosse, vivendo também em outro corpo, torna-se aos seus olhos e para o seu coração, ainda maior e mais importante que ela mesma. Diante disso e de mais um tanto de coisas, a você mulher e mãe, expresso aqui, nestas poucas palavras, dentro da minha capacidade um tanto quanto limitada de escrever e descrever um ser tão espetacularmente complexo e belo, meu carinho, gratidão, amor e respeito sempre. Wanderley tf 09/05/14
domingo, 15 de dezembro de 2013
Homens e sombras.
Homens e sombras.
...vejo homens como
sombras,
vejo sombras sobre os
homens,
vejo homens sob a sombra
de outros homens;
vejo muitos outros
homens, cansados e sem sombra...
...mas também vejo
homens que descansam sob a sombra de um Deus todo poderoso, que não é homem e
nem posso ver.
Wanderley
tf. 14/12/13
Aquele que habita no esconderijo do
Altíssimo,
à sombra do Onipotente
descansará.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
...a luz no fim do túnel.
...a luz no fim do túnel.
O sol que se levanta cedo, se
esconde no fim do dia. O dia que amanhece claro, se acaba em trevas; mas a
noite que começa no sumir do sol, acaba-se logo que ele clareia sua densa
escuridão... Assim também a vida é; tempos de clareza que se vão quando outros
sombrios se aproximam. ...mas os momentos escuros, dias nublados e noites sem
brilho, também se dissipam quando somos capazes de contemplar a luz; ainda que
seja a no fim do túnel, Jesus. Wanderley tf 10/09/13
sábado, 9 de novembro de 2013
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