quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Intimidade profunda.





           A intimidade nem sempre é vivida de fato na sua total profundidade, mesmo onde ela poderia e deveria ser. Penso que a falta dela tem também sido a causa de muitos conflitos e não poucas relações frustradas. Com certeza há algumas razões pelas quais isso acontece; dentre elas, a falta de conhecimento do que é de verdade intimidade profunda e constantemente o conflito de interesses nas relações.
               Penso que é de vital importância entender que apenas o fato de serem amigos, namorados, noivos ou casados não os tornam extremamente próximos e íntimos. Também isso é aprendido e desenvolvido. Muitos confundem sexo com essas duas coisas. E apesar do ato exigir uma certa proximidade e intimidade, é preciso aceitar o fato de que ele não é sinônimo de extrema proximidade e intimidade profunda. Sexo é antes e primeiro de tudo uma relação física que pode acontecer sem nenhum envolvimento emocional ou compromisso maior e que vá além da busca do prazer físico. Mesmo numa relação estável, como o casamento, muitas vezes o sexo pode acontecer apenas como suprimento de carências físicas e às vezes até como uma tentativa de fuga ou para mascarar outros problemas. Pensando assim, podemos dizer que sexo pode até fazer parte de uma intimidade, mas ele não é necessariamente a comprovação de que existe intimidade profunda entre os que o praticam, ainda que sejam casados.
       Intimidade profunda pode se desenvolver em anos de convívio, mas ela também pode não existir, apesar deles. Intimidade profunda não nasce em qualquer amizade, nem no namoro, noivado ou mesmo no casamento. Nada disso é garantia da existência dela. Intimidade profunda tem muito mais a ver com afinidade e confiança do que com todas essas coisas. É principalmente quando essas duas coisas estão presentes numa relação que a intimidade se desenvolve mais profundamente. Ninguém será profundamente intimo de alguém com quem não tem afinidade; muito menos de quem em quem não confia absolutamente. Por isso é tão importante perceber isso antes do casamento, para não correr o risco de estabelecerem uma relação onde tanto faz-se necessário uma intimidade profunda, e ela não desenvolver-se, exatamente pela falta de afinidade e confiança. Agora talvez você pergunte: então, o que é afinidade? De verdade não é fácil explicar isso, mas nesse ponto de nossa reflexão torna-se imprescindível entendê-la, ainda que não seja completamente possível defini-la aqui. Afinidade para mim, dentre outras coisas, é antes de mais nada um encontro de pessoas que descobrem entre si, de forma muito natural uma sintonia muito grande. É uma descoberta, não é algo produzido. Geralmente possuem muitas peculiaridades semelhantes. Compartilham gostos muito parecidos, estilos, pensamentos e uma amizade que vai muito além da superficialidade da maioria delas. Possuem uma enorme capacidade de se entenderem, às vezes até mesmo calados, distantes, ou apenas com olhares. A afinidade gera uma grande sensibilidade e uma percepção enorme das mínimas peculiaridades do outro. A amizade é marcada geralmente por uma cumplicidade muito grande, com liberdade para compartilhar assuntos muito particulares em total e absoluta confiança. Estar perto, junto; caminhar, conversar, se divertir... é sempre um prazer. Isso pra mim é afinidade. Ás vezes essa afinidade aparece entre pessoas que tomam rumos diferentes na vida, mas nem por isso ela deixa de existir. Como já vimos, intimidade não tem necessariamente a ver com sexo. Por isso, é muito possível e muitas vezes ela existe mesmo entre amigos de forma muito natural e intensa. Intimidade profunda está em uma relação de absoluta confiança, de liberdade, de transparência. Intimidade é a capacidade de conhecer profundamente o outro enquanto se permite ser conhecido também. Intimidade é conhecer os detalhes, a personalidade, os desejos mais íntimos, as lutas mais secretas ainda que sejam absurdas. Intimidade é a capacidade de olhar no olho, no fundo dele e dizer a verdade ainda que doa, que machuque, fira; apenas pelo simples fato de que só a verdade liberta, cura e transforma. E dizer a verdade, é tanto em exortar quanto confessar, pois em ambos os casos, a necessidade e os benefícios são os mesmos. Mas intimidade profunda só é e será possível quando não existir ameaças ou possibilidades de condenação e rejeição da pessoa; quando quem ouve for capaz de separar a pessoa de seus erros, rejeitando os erros da pessoa, não ela. Quando o amor , o respeito às diferenças, ao estilo, jeito de ser, pensar e viver esteja acima e primeiro que tudo. Mesmo quando e ainda que às vezes as mudanças necessárias sejam quase impossíveis de serem enxergadas a olho humano; porque não temos a obrigação nem o poder de mudar as pessoas, apenas de ajudar e permanecer do lado, junto, perto, até que, quando ou talvez aconteçam as mudanças; e elas sempre acontecem, mesmo que não sejam na velocidade e quantidade que gostaríamos.
          Quando disse no principio que a intimidade nem sempre é vivida de fato na sua total profundidade, mesmo onde ela poderia e deveria ser estava pensando no convívio mais próximo e que nos absorve a maior parte do tempo, que é o casamento.  Infelizmente, nem sempre isso é possível por que as diferenças às vezes são enormes entre os casados, e às vezes há enormes conflitos de interesses muito pessoais que nem sempre estão dispostos a abrir mão. Mesmo assim, continuo acreditando que é possível e imprescindível buscar essa intimidade o mais profundo possível, mesmo que para isso seja preciso abrir mão de muita coisa. Ainda assim, há que se respeitar o fato de que de maneira muito natural alguém precisa e certamente será intimo de alguém, pela razão simples de que todos nós precisamos falar a verdade com alguém em quem confiamos o bastante e que seja capaz de ouvir sem julgar, condenar ou rejeitar, ainda que discorde das atitudes, dos erros e fatos e seja capaz de também dizer a verdade, ainda que seja dura, difícil, que fira, machuque, mas com a certeza de que essa é uma parte do amor que cura e liberta. Nenhum ser humano tem apenas necessidades físicas, materiais ou financeiras e enxergar apenas essas necessidades e desconsiderar as carências do coração e da alma de alguém é considerar uma pequena parte dele e desprezar sua essência.     


...intimidade.
 Perco-me nos teus braços, me encontro nos teus beijos, reconheço teus traços, não me são estranhos teus desejos. És pecadora sim, mas ás vezes, pura como límpida fonte; conheço tuas curvas, teus vales, planícies e montes. És bela, como formosa roseira; teus olhos, como duas cachoeiras, vertem águas que saem da alma, do fundo profundo da alegria ou da dor. De dias bons manténs a lembrança, por dias melhores, a esperança. Por vezes padeces calada, mas às vezes se desmanchas em palavras, procuras respostas, sentido pra vida, e como qualquer outra às vezes apega-se a uma ilusão colorida; desejas o arco-íris ou no mínimo um pouco de cor, e que sempre haja  paz, carinho, afeto, amor.

wanderley t f 07/11/12

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um para alguém e uns para os outros.




    Não passa de romantismo ilusório dizer que nascemos um para o outro. Não nascemos um para um, nascemos sim, uns para os outros. No máximo nos tornamos um para alguém; ainda assim continuamos no grupo do uns para os outros. Até mesmo o primeiro casal, Adão e Eva; somente Eva nasceu para Adão. Adão apenas nasceu e depois recebeu a Eva como sua esposa porque ela havia nascido para esse fim. É certo que o tornar-se um para o outro, que acontece por meio do casamento, é um pacto muito profundo firmado entre duas pessoas de sexos opostos e envolve um comprometimento que vai muito além das relações de amizade apenas. Tornar-se um para o outro nesse caso, é tornar-se uma só carne, ter uma vida em comum, propósitos muito bem definidos para uma vida inteira juntos. Tornar-se um para o outro é uma opção, uma escolha, um acordo firmado entre duas pessoas que se encontram na vida, então, unem-se em comum acordo quando acreditam que as afinidades, os desejos em comum, propósitos e amor recíproco são suficientes para enfim tornarem-se um para o outro. Tornar-se um para o outro não é tornar-se outro para o outro, é ser o mesmo e adaptar-se à vida a dois. O casamento não é uma mudança radical e obrigatória do jeito de ser ou personalidade, mas é antes de tudo um convívio com uma pessoa diferente, e não poucas vezes, muito diferente, numa relação de extrema proximidade e intimidade, onde deve prevalecer o respeito mútuo e uma adaptação constante para que essa relação e convívio seja o mais agradável possível. Quando falo na adaptação constante, falo das mudanças, às vezes até pequenas, mas quase sempre muito significativas para os relacionamentos. Falo dos diálogos contínuos em busca de entendimentos e acordos, para que as diferenças sejam apenas detalhes na relação e não o que mais se evidencia e importa. Tornar-se um para o outro não é impor condições ou ter de submeter-se a elas, mas é ter a capacidade de às vezes ceder ou tolerar no que não é essencial para preservar o que é. É ter a liberdade de rever posições, comportamentos e práticas e ser flexível às mudanças que forem necessárias e possíveis de acontecerem. Tornar-se um para o outro não é abrir mão completamente da individualidade, ou exigir isso do outro, e sim respeitá-las, mantendo a consciência de que antes, ou mesmo depois de tornar-se um para o outro, cada um é um ser humano completo e único, com muitas semelhanças com outro qualquer, mas diferenças às vezes enormes e peculiaridades que precisam ser respeitadas. Tornar-se um para o outro não é exatamente tornar-se o que ou como o outro gostaria que fosse, mas é fazer o possível para dar o melhor de si mesmo, sendo a companhia constante, sendo leal na parceria e seguir adiante haja o que houver, ...é ser a outra parte da mistura; e cuidar para que seja mesmo uma mistura, e que as individualidades não sejam tão valorizadas a ponto de inviabilizarem a parceria, a relação. Tornar-se um para o outro não é apenas cuidar do outro, mas é cuidar-se, e também para o outro. Quem cuida-se, não se cuida apenas para si mesmo, mas também para o outro; pois cuidar-se é valorizar a existência, é valorizar-se e valorizar o outro, a relação. Pensando nisso, faço uma pausa aqui para falar um pouco aos dois sobre o cuidado pessoal. Certamente não direi tudo, apenas um pouco para servir como exemplo numa análise mais profunda que espero, cada um faça. 
          Homens: começo pelo básico, que talvez seja muito mais uma lembrança, que uma descoberta. Homens; mulheres são cativadas pelo que ouvem muito mais do que pelo que veêm; mas isso não significa que o que ouvem é o bastante, que o que veêm não importa, pois se assim fosse, os vestidos, sapatos, bolsas e lingeries teriam de ser mostrados tocando belas canções ou poesias apaixonantes, caso contrário não atrairiam tanto. Portanto, cuide da sua aparência porque certamente isso importa muito para ela. Mulheres precisam se sentir protegidas e seguras,  por isso homem; a sua responsabilidade de provedor deve ser assumida a qualquer custo. Isso não tem a ver apenas com casa, comida, roupa, coisas materiais; mas também com os sentimentos. Deixe claro sempre o que sente por ela, e repita isso sempre, porque isso faz parte do cuidar-se para ela. Se você mantém seu sentimento de amor, vivo e alimentado por ela, e além  disso declara em palavras, atitudes e gestos; certamente que isso a seduz e cativa. Além disso, cuide da sua comunicação. Como você fala e o que fala pode fazer uma enorme diferença no convívio.                                                     Mulheres: homens são atraídos pela aparência, são cativados e muitas vezes até seduzidos por ela; portanto, dentro da medida do tolerável e sem extrapolar, cuide muito bem da sua aparência. Nem sempre os homens conseguem falar abertamente sobre isso de forma que não machuque, ou mesmo porque ficam constrangidos; mas é muito importante pra eles. E quando falo cuidar da aparência, não é só nos momentos especiais, nas festas, saídas para passeios e etc. é sempre. Desde a roupa íntima de todo dia, a camisola, a roupa do dia a dia e certamente, a roupa pra sair. Resista a vontade e ás vezes o costume de vestir-se apenas para si mesma. Por mais que você tenha seu estilo, suas preferências; seus apegos, pense melhor e reveja tudo isso pensando nele. Além disso, na privacidade, aproveite para ser extravagante e sensual para ele. Você tem direito e ele certamente apreciará, já que o homem é atraído pelo que vê. Cuide do peso. Cuidado com o excesso. Cuide da alimentação. Alimentação saudável, possibilidade maior de peso sob controle, vida muito mais saudável, aparência melhor, autoestima elevada. Como a comunicação é uma via de mão dupla, também disso você mulher precisa cuidar. A forma como fala, o que diz e quando diz podem ter impactos profundos, positivos ou negativos na relação.
        Como já disse, nascemos uns para os outros. Somos uma parte importante para alguém; temos o suprimento para carências na vida uns dos outros. Nascemos dependentes uns dos outros, não somos completos sozinhos. Cada um de nós foi feito com algumas habilidades e capacidades, mas não todas. Cada ser humano nasceu para viver em comunidade e não isolados de tudo e de todos.  Por isso vivemos igreja, por que somos membros de um corpo, e não um corpo completo. O casamento ou qualquer outra relação não elimina esse fato. Não nos tornamos propriedade exclusiva de uma pessoa, pois mesmo que o casamento nos torne um para alguém, ele não elimina o uns para os outros; e um dos motivos é que nem um dos dois é suficientemente o bastante para o outro. Numa relação fraterna, somos um para alguns. O que recebemos em forma de dons, talentos e outros; para dar, dividir e também receber; vai muito além do relacionamento a dois. Os contatos, os relacionamentos, as relações de amizades e as afinidades que acontecem e se desenvolvem ao longo do tempo, fazem parte da vida de todo ser humano cercado por outros, e esse fato deve ser respeitado sempre. Tornar-se um para o outro é opcional, até que se faça o compromisso; depois dele, não mais. Mas viver uns para os outros é dever, obrigação, e não fazê-lo é vida egoísta, é transgredir, é isolar-se, é escolher a solidão. É importante lembrar e jamais esquecer que tanto o tornar-se um para o outro quanto viver uns para os outros só é e será possível se o alicerce, a base, o fundamento disso for o amor genuíno e verdadeiro que vem de Deus; sem ele não há viabilidade e sustentabilidade, e qualquer relação ou relacionamento sucumbirá diante das decepções e frustrações em expectativas alimentadas sobre fundamentos humanos, frágeis e falhos.  
Wanderley t f 09/10/12

domingo, 30 de setembro de 2012

Amar demais...


Amar demais... Possível, Impossível, Necessário.

Amar demais não é possível , porque demais é sobra,é tanto que passa, extrapola, e amar é sempre necessário, e por mais que seja o tanto, jamais passará da medida, porque medida não há. Amar demais só é e será possível quando por força de expressão e hiperbolicamente usarmos o demais para expressar o quanto, o muito, o máximo, mais que as nossas limitações nas medidas do amor que temos, damos, sentimos e recebemos .

Amar demais é amar além do merecer, é amor que se dá antes de receber, amor que se dá sem medir, sem fazer contas, sem esperar nada em troca que seja proporcional ao que se deu.

Amar demais é acreditar que errar é humano e a restauração será sempre possível quando se a quer e a busca.

Amar demais é amor que não se explica, que muitas vezes foge á compreensão limitada dos humanos. Amar demais é estar disposto a sentir dor e sentir; a dor da falta, da saudade, da vontade de ajudar, da ajuda que se dá dando quase tudo de si... É estar disposto a também sentir a dor do outro. Amar demais é agir e reagir diante da carência e com paciência suportar, ser suporte e fazer-se forte para o outro ajudar.

Amar demais é necessário porque esse é o amor que recebemos. Foi com o amor que extrapola todas as medidas de tamanho, quantidade e intensidade que Deus nos amou entregando seu único filho para morrer por nós. Foi com esse amor que Jesus, o filho de Deus foi para a cruz e lá permaneceu até a morte. É esse o amor que nos serve de padrão e modelo; e é esse amor que ele exige de nós, mesmo que seja muito, o máximo, demais.  

Amar demais é amar ainda mais sem nunca achar que é demais porque demais jamais será.
Wanderley t f 11/06/2009

Como o Pai me amou, também eu vos amei. João 15:9
Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. João 13:34

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ALMA


Minha alma; prisioneira da liberdade anda livre pelo espaço, tempo, campo, mata, vale, praia, cidade. Viaja em pensamentos a situações, circunstâncias, épocas, décadas, momentos. Minha alma apega-se, afasta-se, ama, sente falta, sofre, mata e morre. Minha alma sou eu; o que sinto, o que sei e o que sou. Minha alma às vezes fica onde estive, mas também vai comigo, está onde estou. Minha alma está nas andanças, nas lembranças, nas histórias; está na vida passada, na vida de agora.
wanderley t f 27/09/12

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sexo frágil... Frágil?

Engana-se quem pensa ser a mulher o sexo frágil. Não é possível considerar frágil e erra muito quem assim chama, a quem tanto resiste, quase nunca desiste, tanto suporta, tanto se importa, tanto se doa, tanto perdoa e tanto ama... Não é fragilidade que as define bem, é delicadeza. São delicadas, mas são fortes e resistentes. São duras na queda, são belezas da terra e obras perfeitas do Criador. Suportam a dor como ninguém, adaptam-se muito melhor ao sofrimento, são como flores ao vento espalhando o néctar e a cor do amor. Detalhistas de percepção aguçada, intuição fenomenal e instinto maternal incontestável. Não foram feitas assim por acaso, não são assim por escolha, são o complemento da espécie, criada depois, mas não menos importante... Aliás, importante é uma definição limitada para o que é essencial,  imprescindível e vital. Um mundo sem as mulheres, certamente seria em tons de cinza, incompleto, imperfeito, e não teria a beleza da multiplicação humana pelo espetáculo do desenvolvimento fetal e a relação simbiótica tão precisa e intensa entre uma mulher e sua cria praticamente pra sempre. Portanto, é preciso enxergá-las na delicadeza do ser, cuidar com a habilidade de um beija flor, dando a elas carinho, afeto e muito amor; pois só com muito amor será possível caminhar ao lado de uma mulher pela vida, seja ela mãe, irmã, esposa, filha, amiga... Se assim não for, como será possível tolerar as oscilações de humor, as disfunções hormonais, a eterna carência de proteção e segurança, mesmo quando não se permita admitir? Como permanecer ao lado quando a degeneração, ainda que natural começar a acontecer? Quando a pele começar a enrugar, quando a bela aparência da juventude já não for mais tão visível assim, a não ser para quem conseguir lembrar? Não é possível com menos do que muito amor permanecer perto, junto, pra ser a força, a proteção, o cuidado e ás vezes a razão, quando ela for toda emoção.   
Mulheres também são vítimas do engano, estragadas pelo pecado original, sofrem os ataques do mal e não poucas se deixam levar, usar e ser, às vezes como veneno fatal. Mas são alvos do amor de quem as criou, e as deu aos homens trazendo ao seu mundo vida, beleza e cor.
wanderley t f  30/08/12

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

CARÁTER E REPUTAÇÃO




O que há de mais importante na vida da gente, é Deus. O que Deus pode fazer de mais profundo na nossa vida é moldar nosso caráter pra que a gente seja o mais parecido possível com Jesus, que é o exemplo de homem perfeito. Durante muito tempo e especialmente enquanto pai, tenho ensinado que caráter é mais importante que reputação. Pra definir melhor é preciso esclarecer aqui, que caráter e reputação todo mundo tem, a diferença é a qualidade. Bom ou mau caráter; boa ou má reputação. Reputação é o que as pessoas pensam e veem que você é; enquanto que caráter é o que você é independentemente se alguém está vendo ou não. Boa reputação é quando você faz as coisas certas por que tem alguém olhando. Bom caráter é quando você faz as coisas certas por que é certo fazer, mesmo que ninguém esteja vendo. Uma pessoa de bom caráter é confiável; uma pessoa preocupada apenas com a boa reputação, mantém uma farsa, usa máscaras, e confiar nela é como dar passos no escuro em terreno desconhecido. Quem você quer ser; uma pessoa de bom caráter ou uma pessoa apenas de boa reputação? Se você se preocupar apenas com a reputação, não terá bom caráter, mas preocupando-se em ter um bom caráter, então terá boa reputação; ainda que seja preciso lembrar, que sendo a reputação um julgamento de alguém sobre o que vê e entende de nossas atitudes e comportamento, pode acontecer que em alguns casos e para um grupo de pessoas, a reputação não seja boa. Assim sendo, se o caráter existir, a reputação será mero detalhe, relevante ou não. A grande diferença entre bom caráter e boa reputação, é que um bom caráter proporciona boa reputação; salvo contrário, no caso já citado, de julgamentos equivocados. Mas boa reputação não é a prova da existência de um bom caráter. Constantemente, o próprio Jesus tinha a sua reputação questionada por conta das atitudes que desagradavam a muitos religiosos e falsos moralistas de plantão. Ainda assim Jesus continuou a ser o que era e fazer o que fazia, como e quando sempre quis fazer, porque suas atitudes eram baseadas no Amor, na Graça, na Misericórdia e Justiça, superiores ás leis e muito acima dos julgamentos daqueles que não tinham a menor competência para fazê-los. Sua reputação nem sempre foi boa diante do seu próprio povo, mas seu caráter continuou sempre intacto e sem manchas.                           
         Dentro dessa discussão, podemos dizer que as pessoas geralmente se dividem em três categorias: Ordinária, medíocre e extraordinária.
Uma pessoa ordinária é alguém que não faz nem sua obrigação. Não cumpre tarefas, não tem responsabilidade e se mantém indiferente diante das coisas que precisa fazer ou que lhes são possíveis fazer. Desperdiça as oportunidades e muitas vezes até vive como um parasita, a custa das conquistas dos outros. Além disso, constantemente entra em situações vergonhosas, causando tristezas a amigos e familiares, tornando-se um peso para muitos e um risco em potencial.
Uma pessoa medíocre é uma pessoa comum, mediana, que faz apenas sua obrigação, apenas o que lhe pediram pra fazer, só faz se mandar. É uma pessoa acomodada, limitada, de sonhos muito pequenos ou mesmo sem sonhos. É preguiçoso mental, se submete a um ritmo de vida constante, à mesmice e a monotonia de uma vida sem mudanças além das que sejam provocadas por alguém ou pelo próprio tempo.
Uma pessoa extraordinária é aquela que vai além, que faz mais, mais do que apenas sua obrigação, faz mais do que pedem pra fazer, e não apenas o que pedem. Uma pessoa extraordinária é aquela que sabe o que tem que fazer, mas acima de tudo está sempre disposta a aprender mais, mantém a humildade e a capacidade de absorver os ensinamentos, vindos de circunstâncias e situações as mais diversas. Pessoas assim estão sujeitas a errar, mas procuram aprender com os próprios erros e também com os erros dos outros, para não precisarem cometer os mesmos erros e assim aprender.
Uma pessoa extraordinária não é apenas reativa, é antes de tudo proativa; não espera pra cuidar do problema, mas antecipa-se a ele e previne-se pra que se possível o problema não aconteça. Uma pessoa extraordinária não espera até que tenha necessidade para correr atrás do que precisa, mas procura ter em reserva para a hora que precisar. Uma pessoa extraordinária sabe que é importante pensar no que diz, sobretudo, antes de ser dito. Sabe que é importante dizer coisas importantes, mas o mais importante é ser coerente com aquilo que foi dito, para que as palavras não estejam desassociadas da prática na vida. Uma pessoa extraordinária sabe que é mais importante ser do que ter, que fazer é mais importante que simplesmente  saber, e saber e fazer é ainda mais. Uma pessoa extraordinária procura os melhores exemplos pra seguir e segue a vida para ser o melhor exemplo que puder.
Quando os princípios morais, éticos e cristãos norteiam nossa vida, o bom caráter deve ser uma grande evidência disso e o reflexo claro de quem nós somos de verdade.
wanderley t f  06/08/12

domingo, 8 de julho de 2012

O amor está?



O amor está no laço que aperta, no muro que cerca e no portão que liberta.
O amor está no telhado que serve de abrigo, na proteção do perigo, no aconchego de um abraço apertado de amigo.
O amor está em quem age, reage, ou não; ás vezes está no medo na decisão, na coragem, na guerra e na paz... mas na covardia, jamais.
O amor está numa atitude, numa palavra, num afago, num gesto...  numa companhia em meio ao deserto.
O amor está na humildade do perdão buscado, nas nobres e libertadoras palavras: vai em paz, está perdoado. 
O amor ás vezes está na chama da paixão que arde no peito, na paz que invade o sujeito, na mudança de conceito, no livrar-se do preconceito, no reconhecer um defeito cuidando da causa pra mudar o efeito.
O amor está na enorme saudade e na imensa vontade de reencontrar; mas está longe da atitude covarde de iludir com promessas pra depois maltratar.
O amor está na mão que reparte, no coração que se parte e ainda assim, perdoa; está na verdade dura, que machuca, cura, fere... liberta, ainda que doa.
O amor está na declaração mais forte, no sentimento mais profundo e na força que encara o mundo sem temer a própria morte.
O amor está no sacrifício na cruz, no coração de Jesus, na essência de Deus, no corpo, na alma e na vida dos filhos seus. 
wanderley t f 06/07/12

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Viver...


Nascido no Ceará, criado no Pará, e depois de viajar por tantos lugares, cidades e estados desse enorme país, e até morar em alguns deles, quando perguntado: onde é melhor de morar? Quase que automaticamente respondi: no céu.
Submerso ou flutuando em um mundo inundado por tantas coisas terríveis, tantas tragédias, catástrofes, tanta desigualdade social, tantas associações com e para o mal, tanta ganância, tanta insegurança, egoísmo, desonestidades, falsidades, mentiras, traições; tanta correria pra ter, tão pouca preocupação em ser...  Ás vezes sofrimentos implacáveis, doenças incuráveis, epidemias, dores de perdas que provocam crateras em nós, nos fazem chorar e calam nossa voz. Vejo tanta gente apegada às coisas, correndo atrás delas, lutando por elas, gastando a vida pra ajuntar coisas e ter mais, muito mais do que precisará. Vejo uma multidão que aumenta a cada dia e se submete a um ritmo de vida que as aglomera em mega metrópoles, as mantém escravas de horários e de um ir e vir constante enquanto a felicidade, distante cada vez mais ficará. Vejo espertalhões explorando ingenuidade, sexualidade e a fé do povo, e um povo que rejeita a verdade pra viver iludido, enganado e enganando a si mesmo, tentando manipular Deus e fazê-lo senhor apenas de seus interesses pessoais sem se submeterem á sua vontade jamais. Vejo valores invertidos, conceitos mudados e a vida humana cada dia mais sem valor diante de muitos que pensam apenas em si mesmos. Milhares de humanos são agredidos, massacrados, torturados e mortos, e muitos deles morrem de fome todo dia, mas ás vezes isso parece não chocar ou comover o mundo tanto quanto se essas mesmas coisas acontecerem a um animalzinho qualquer, o que também, certo não é. Vejo uma sociedade descontrolada, fiscalizada pela polícia que em meio ao descontrole de administrações deficientes e corruptas, jamais consegue promover segurança de verdade. Vejo a verdade muito distante da prática na vida de muitos que usam promessas para se dar bem. Vejo o policial que prende e se vende, e a criança que assalta, mata e morre também. Vejo professores dedicados, comprometidos e abnegados ganhando pouco para educar. Vejo educados roubando o país quantias enormes que jamais irão pagar. Vejo uma multidão de pais mal criarem seus filhos, fazendo concessões, abrindo mão dos limites; atitudes erradas que os farão tristes, sofrer e chorar. Em alguns momentos na vida essas coisas nos fazem desejar mesmo morar no céu o mais breve possível. Faz-nos entender o sentimento do Apóstolo Paulo quando disse: “porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”  Filipenses 1:21   Diante de tudo isso e mais um tanto de coisas ruins que poderia descrever, me faz pensar e acreditar que melhor mesmo é morar no céu. Mas a vida não tem apenas coisas ruins, não tem apenas coisas negativas... Viver é uma grande aventura recheada de possibilidades e uma quantidade enorme de coisas pra fazer, viver e curtir. Viver é uma grande viagem, ou uma mera passagem, é estar por um tempo, é navegar contra o vento, é chegar, ficar e partir... Viver é existência, esperar com paciência e ver o tempo passar. Viver é fazer história pra existir na memória de quem ficar. Viver não é só existir, é ser, fazer, cumprir a missão, estender a mão, ajudar o irmão; é lutar, vencer, perder e jamais desistir. Viver é inventar e cantar uma canção, é ouvir o coração, duvidar da emoção, equilibrar-se na razão, seguir ainda que seja na contramão e mesmo contra uma multidão. Viver é seguir em frente, seja reta ou curva, sob o sol ou chuva, haja pedras ou espinhos no caminho, viver é correr, voar, navegar, viajar, andar, andar... ás vezes errante, mas um dia voltar pro ninho. Viver é às vezes manter ou perder a calma, é se entregar de corpo e alma, ou simplesmente se aquietar, silenciar, calar. Viver é explodir de alegria, sorrir, gargalhar extravazar... Mas também é ter razões pra chorar, e ás vezes chorar sem saber porque ou ter explicações. Viver é saber e aprender, querer, poder, fazer, dizer, ir e ás vezes retroceder. Viver é evoluir, pausar, melhorar e seguir. Viver é encarar seus próprios medos, é rever seus segredos, é esconder e mostrar, é sofrer, suportar. Viver é viajar no tempo, é voltar onde esteve, é liberar o pensamento e deixar que vá onde a vida te fez mais feliz, é aproveitar as lembranças e como criança sorrir, brincar, se divertir, ser eterno aprendiz. Viver é fazer e ser companhia, na tristeza ou na alegria, seja noite ou dia; por que viver é abraçar apertado, permanecer do lado, falando ou calado mesmo quando a vontade faltar. Viver é olhar e acreditar no futuro, é lembrar o passado e sem ficar parado viver o presente que há. Viver é ter certezas e dúvidas, é às vezes acertar o caminho, errar o destino e voltar pro mesmo lugar. Viver é olhar no fundo dos olhos e às vezes enxergar o profundo da alma, é abrir o coração e libertar-se da mágoa, do rancor, do trauma. Viver é compartilhar as idéias, os sonhos, é não ter medo ou vergonha de recomeçar, é aprender com os erros, é errar outra vez mas manter a vontade de acertar. Viver é querer e ser feliz, junto ou sozinho, não importa o lugar. Viver é rever os planos, as metas, estratégias, trajetos e destinos, é ter um ponto de partida e um lugar pra chegar. Viver é ser peregrino, depender de Deus, como do pai depende o menino, acreditar que o céu está pronto e é pra lá que estamos indo. Wanderley t f 11/05/12

quinta-feira, 15 de março de 2012

Mecanismos humanos.

“Então, Pedro saindo dali, chorou amargamente.”
Lucas 22:62

Ser humano, máquina complexa, mistura bem feita, eterno mistério. Quem será capaz de descrever o ser humano com perfeição? Quem se arriscará a descobrir seus segredos todos? Quem poderá desvendar os seus mistérios? Quem conseguirá prever suas ações com precisão? É claro que todas essas perguntas possuem a mesma resposta; ser humano nenhum! O único capaz de fazer tudo isso é quem o criou, Deus. Somos um conjunto de coisas, formados de corpo e alma; seres racionais com sensibilidade e capacidade de pensar e fazer. Somos equipados de mecanismos com funções muito bem definidas. Esses mecanismos são disparados por acontecimentos, fatos ou simplesmente como respostas a estímulos. Eles são tantos que certamente muitos ainda são mistério. Hoje quero falar de um que é chamado de mecanismo de compensação psicológica. Muito provavelmente, ele já foi disparado em você algumas vezes, mesmo que você nem o tenha percebido ou definido assim. Talvez você já o presenciou  sendo disparado em alguém de forma muito automática. O que chamo de mecanismo de compensação psicológica é a reação natural, mas nem sempre correta que temos de tentar compensar um erro cometido, ou vários, ou falhas de caráter. É uma reação automática e às vezes imperceptível por quem a tem. Não sei se você já teve a oportunidade de ver alguém sendo multado por velocidade, por um radar móvel ou fixo. Eu já tive algumas. Automaticamente ele diminui a velocidade, numa tentativa de tentar compensar o fato, mesmo que lá no fundo saiba que não resolve. Ou alguém que tem atitudes de misericórdia com alguém numa tentativa de aplacar as suas próprias culpas; ou alguém que de alguma forma começa a agir de maneira diferente e fazer coisas dentro de um comportamento não muito natural; compensação psicológica. Pedro que havia chorado amargamente estava muito decepcionado consigo mesmo, frustrado por não ter tido a coragem que dissera que teria. Depois de ter negado Jesus por três vezes, o galo cantou a terceira vez; quando Jesus olhou pra ele, então lembrou-se das palavras do mestre (Lucas 22:61.) Pela besteira que fizera, saiu dali e chorou amargamente. No episódio do encontro de Pedro com Jesus, narrado em João 21, Pedro aparece pescando; precisava fazer alguma coisa. Aí,Jesus apareceu na praia. Quando João disse que era Jesus que estava na praia, Pedro pulou do barco e foi ao encontro dele. Jesus pediu uns peixes. Pedro volta para o barco e arrasta sozinho para a praia a rede com 153 grandes peixes. (V.11) Isso é mecanismo de compensação psicológica. O problema é que a maioria, se não todas essas reações são tentativas frustradas de resolver problemas com a consciência. Não são as lágrimas e nem atitudes e gestos de bondade e misericórdia, às vezes até indevidos; ou mesmo sair fazendo muitas coisas, que nos libertará da culpa ou do caminho errado que tomamos, e sim a verdade dita e ouvida de forma muito clara e assumida com muita humildade. Jesus que sabia muito bem disso, com certeza viu isso nas atitudes de Pedro. Logo chamou Pedro pra dizer a ele o que deveria fazer. A história do resto da vida de Pedro mostra que ele aprendera a lição.

Compensação psicológica é pra quem não quer se arrepender de fato e nem sempre quer parar de fazer o que faz. Arrependimento é pra quem quer mudar de atitude e mais do que fazer pra compensar, quer fazer o que deve e o que é certo.

A verdade liberta, as lágrimas não.

Por isso, acredite em quem for capaz de ouvir a verdade e aceitá-la como meio de libertação, e duvide de quem apenas chora. O choro pode ser uma manifestação de arrependimento, mas são as atitudes que mostram de verdade se ele realmente aconteceu. 

wanderley t f 15/03/12

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A vida que a gente faz e a vida o que é...


Comerciais e propagandas dizem que a vida é feita de grandes momentos, de momentos especiais... Mas pra mim a vida é muito mais complexa e não poderia mesmo ser definida por filosofias de comerciais e propagandas, e também eu não seria capaz de definir com exatidão do que a vida é realmente feita ou o que a vida é. Posso apenas, como ser vivente, como alguém que vê a vida e a vive também, dizer o que penso, o que sei ou o que acho ser. Penso que a vida é realmente feita de grandes momentos, de momentos especiais, mas não só deles; de pequenos momentos também, de momentos não tão especiais assim, de momentos alegres, tristes e outros nem tanto. A vida é feita de sorrisos escancarados, semblantes fechados, de alegria intensa ou tristeza imensa; é feita de prazer e dor; ás vezes, muita dor. A vida é feita de encontros, desencontros também; a vida é feita da necessidade do ir, do ter que partir, do não poder ir e ficar. A vida é feita de acertos e erros na tentativa de acertar. A vida é feita de planos, projetos, trajetos e sonhos; de pontos de partida, da dor da despedida, da vontade e ás vezes a alegria e o prazer de chegar. A vida é feita de dramas, causas, acontecimentos e fatos, de compromissos e pactos pra rever e cumprir. A vida é feita de marcas que levamos ou deixamos, é feita dos anos que passam sem parar. A vida é feita do antes, do agora e depois; é feita da turbulência, da agitação, da tranquilidade, da calma e da paz. A vida é feita de gratidão, perdão, pedir e dar; é feita do ir e ficar, ceder e negar, ganhar e ter, receber e compartilhar... A vida é feita de graça, da graça que há, da graça que foi, da graça que é, da graça de dar. A vida é feita de encanto e desencanto, expectativas e frustrações, perspectivas e ilusões; é feita de realidade, do que é de verdade e ás vezes falso, miragem. A vida é feita de momentos raros, de dias claros e noites sem luz; é feita do que espanta, do que ás vezes encanta, engana e seduz. A vida é feita de detalhes, perceptíveis ou não; é feita de terra, de poeira de estrada, de um lugar no chão; é feita de lágrimas, de alegrias ou não; é feita de esperança, perseverança, fé e paixão. A vida é feita de idéias, de atitudes, gestos, começos, meios e finais; é feita do que teremos, temos e ás vezes não mais. A vida é feita de elegância, dança, diversão e arte; é feita da parte que parte de nós; é feita de palavras, de muitas palavras ou simplesmente calar a voz. A vida é feita de histórias, belas e tristes também; feita de lembranças, mudanças, circunstâncias, do vai e vem. A vida é feita de milagres, escolhas, decisões e erros; é feita de trabalho duro, coragem e medo. A vida é feita de revelações, descobertas e segredos; é feita de conquistas, abandonos e apegos. A vida é feita de cheiro de chuva, de reta e curva, de frio e calor; é feita de contrastes, saudades e amor. A vida é feita de simplicidade, solidariedade e cumplicidade; é feita em parte, e em parte se faz. A vida é feita do que a gente quer, do que a gente pensa, do que a gente faz, do que a gente é, ou apenas do que a gente pensa ser; é feita de tanta coisa que não posso e nem consigo dizer...

A vida é uma estrada longa, nem sempre reta, nem sempre certa. Atravessa campos abertos, matas fechadas, vales, montes, pântanos e desertos. É longa enquanto possível, mas com a certeza de que um dia acaba mas mantém o mistério da possibilidade do fim que está sempre perto.

wanderley tf - 

Fortaleza-CE 22/02/12